sexta-feira, 18 de março de 2011

Sertanejo Desconhecido


Um jantar a luz de estrelas ofuscadas pela cidade
Alimentanto-se de amor, nutrindo-se de vento
Um sorriso de esperança, um pranto de certeza
Graduado em desinformação, especializado em prática
Dormindo num colchão de chão, num vão que chamava casa
Uma infinidade de nãos, oportunidades raras
Dinheiro que nunca via
O sonho de ser 'Coroné' se esvaia
Mas aí entrava Zé e Maria,
Advertindo que sem dançar, dalí não sairíam
O  sujeito sua sanfona arrebatara,
Explodindo em uma melodia que em todo sítio se ouvia
Sem saber por que vivia, ainda pensava
Que apesar de nada ser como ele  sempre sonhara
Felicidade tão pura como aquela, ninguem sequer houvera sonhado.

domingo, 13 de março de 2011

Histórias de quem nada sabe.


Menos de duas décadas de vida não é suficiente para falar em experiência, não me permite dizer “pelo o que eu sei”, nem me dá soluções plausíveis pra algum incomodo que eu denomine problema. É suficiente, porém, pra me proporcionar memórias boas, histórias ruins, bons amigos, desconhecidos esquecidos, algumas lembranças em cicatrizes, alguns medos por decepções, alguns anseios por alegrias, muita vontade de viver sempre com o dobro de velocidade, mesmo tendo a certeza de que quando o menos for mais, eu procurarei o freio, provavelmente sem sucesso.  Sempre ouvi dizer que sábio é quem aprende com os erros dos outros. Sempre entendo, quase nunca pratico. Desde que eu me lembro de diferenciar palavras e saber quando são contos e quando são depoimentos de uma vida, pessoas contam como chegaram até onde estão, sempre enfatizando o erro que serviu de escada, ou de rampa para deslizar de volta e recomeçar. Elas sempre querem que você memorize aquele erro e o guarde como se tivesse sido cometido por você, pare que você não o repita. A verdade é que provavelmente aquelas pessoas já ouviram os mesmos erros cometidos antes de os cometerem e, na verdade, o erro foi querer errar.Esperança é mesmo um sentimento cômico, faz a gente pular do penhasco a espera de criar asas e, às vezes, nos dá. Raro. 

Sempre haviam personagens cujos erros os transformaram de pobres em ricos, ou, de ricos em pobres; os que achavam que perdiam o grande amor e ao perde-lo foi que realmente encontram-no, e os que o perderam e não voltaram a encontrá-lo; os que nunca se recompuseram, e os que deram a volta por cima.
 De todos aqueles depoimentos, lembro de um ser contado por muitas e muitas diferentes vozes. Aquelas aventuras de quem pode falar por experiência e dizendo que pelo o que sabiam, aqueles teriam sido os melhores anos, com as melhores pessoas. Você sempre as ouve falar sobre amigos os quais não eram vistos há 10 anos, e continuam sendo amigos, por que não importa quanto tempo se passe, eles ainda estão lá, em algum lugar daquele tempo.
Essas pessoas com mais de duas décadas, passam a  diferenciar incômodos de problemas, mas parecem esquecer de como adquiriram aquela experiência. Segundo aqueles depoimentos, eram muitos problemas e pouco tempo pra resolvê-los. Parando no raciocínio e voltando para os jovens sem experiência... Como pra eles é fácil a solução, é só questão de compartilhar, contar, ouvir e esperar. Afinal, você é parte da solução dos problemas dos seus amigos e ele parte da solução dos seus. Voltando ao raciocínio, os ‘experientes’ possuem maturidade suficiente para darem de conta de todas as soluções sozinhos, sem perceber que quando a resolução dos seus problemas passa a ser autosuficiente, assim também se fariam as suas alegrias. Dessa forma, quanto mais aqueles depoimentos avançavam, menos personagens continha a história, mais erros eram cometidos, menos voltas por cima eram dadas e ao invés de esperança, entrava o conformismo. Deus quis assim. 

Então aqui vai o depoimento de quem não tem experiência, e que não fala pelo que sabe, e sim, pelo que acha... Por mais longa que sua trajetória esteja ficando, errar sempre fará parte dela, dá a volta por cima, recomeçar, errar de novo, acertar, persistir, são coisas que dependerão de você, mas nunca apenas. Compartilhar alegrias, acertos e conquistas é sempre muito mais fácil que dizer que errou, compartilhar tristeza ou procurar uma segunda solução . Nunca ache que de tanto errar e compartilhar o erro você saberá, sozinho, passar por tudo o que vier pela frente... Claro que você conseguirá, mas e então? Com quem você irá compartilhar a felicidade de ter acertado? 

Não se ter experiência nunca proporciona medo de errar quando se tem amigos, essa é a verdade.