segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Um dia ruim



Quando chega em casa, põe a chave na mesa ao lado dos sorrisos, tira a roupa e pendura no cabide, entra no chuveiro e lava o cabelo como quem lava a alma. E vive as horas do dia em minutos. E chora o tanto que sorriu durante todo o dia. Enxuga os cabelos e o rosto, e acalma o mundo que estava tentando sair pela garganta. Veste o pijama, pensa nos prazos, responde os e-mails, repensa o trabalho, olha o relógio, programa o despertador. Deita na cama e se cobre no cobertor quente. Olha a parede branca e decepcionante. Como a vida agora.  Os olhos cerrados com sono e pensamentos como uma Roleta Russa que roda e roda . E você adormece antes de ver o resultado. O toque do despertador abre seus olhos que continuam com sono. Tira o pijama ainda dormindo e a água acorda o corpo. E se veste fazendo a agenda do dia. Olha a janela enquanto toma o café como quem bebe esperança. Pega a chave em cima da mesa, coloca de volta o sorriso. Fecha a porta como se nada tivesse acontecido. Da bom dia ao porteiro. Sente o vento dizer que tudo passa. E vai.

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